A reunião dos executivos do Comitê Olímpico Internacional (COI) começou nesta segunda-feira em Lima, no Peru, sem menção em seu início aos escândalos recentes envolvendo a suspeita de compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede olímpica em 2016 e de Tóquio para receber o evento em 2020. À noite, o presidente Thomas Bach deu entrevista coletiva e falou sobre o caso. Na primeira resposta, disse não ter contato com Nuzman desde que as investigações brasileiras se tornaram públicas. Depois, não descartou a hipótese de que votos tenham sido comprados na eleição para escolha da sede dos Jogos de 2016.
- Acho que fomos claros na declaração de que a credibilidade é extremamente importante. Não só nas competições, mas também na organização das competições. Isso faz parte da agenda 2020. Mudamos o processo de candidatura, temos novas regras, mas isso não nos faz imune. Nenhuma organização é, nenhuma lei é perfeita. Temos regras, mas qualquer lei pode ser quebrada. Vamos agir em cima das infrações. Isso é o que se pode esperar da organização. Nesse caso em particular, quando as evidências forem fornecidas, vamos agir. Agimos um ou dois dias depois das evidências sobre o senhor Diack - disse, referindo-se a Lamine Diack, que teria recebido propina para votar a favor do Rio na eleição. Diack perdeu seu cargo no COI quando as investigações francesas foram divulgadas.
Bach se disse "parte interessada" na resolução do caso.
- Queremos descobrir tudo, tudo o que pode nos afetar. Por isso somos parte nos inquéritos no Brasil e na França. Cada um tem um julgamento sobre a imagem de alguém. Você pode gostar de alguém e seu amigo, não. Não podemos atuar com base no julgamento da imagem de uma pessoa, e sim em evidências - comentou o dirigente.
Mais cedo, o COI divulgou nota oficial sobre o caso. O comunicado fala sobre "proteger a integridade do esporte" e promete colaboração com as investigações. O texto admite também evidências contra Lamine Diack, e cita sua saída do COI em 2015 como "ação imediata" das investigações francesas.
Veja a íntegra da nota oficial divulgada pelo COI:
"O Comitê Olímpico Internacional (COI) está totalmente empenhado em proteger a integridade do esporte. A credibilidade é um dos três pilares da Agenda Olímpica 2020, o roteiro estratégico para o futuro do Movimento Olímpico. Como parte deste programa de reforma, foi introduzido um novo sistema de boa governança do COI. É forte e abrangente também no que diz respeito à eleição de cidades-sede para os Jogos Olímpicos. Como qualquer outra organização, o COI não será imune a nenhuma infração, mas fortalecemos significativamente a prevenção e o sistema de punições.
O Comitê Executivo do COI reafirmou hoje que é evidente que as infrações do passado também serão abordadas. No que diz respeito à investigação sobre o ex-presidente da IAAF Lamine Diack e seu filho, Papa Massata Diack, o procurador francês afirmou que há indícios de que os pagamentos foram feitos em troca de votos "sobre a designação de cidades-sede para os maiores eventos esportivos globais ". Neste contexto, no que diz respeito aos votos das cidades-sede dos Jogos Olímpicos no passado, o COI tomou medidas imediatas. O COI juntou-se ao inquérito como parte civil há mais de um ano. Logo após a apresentação de evidências contra o Sr. Lamine Diack, ele perdeu sua participação honorária no COI em novembro de 2015, seguindo as ações do COI.
A Comissão de Ética do COI também solicitou aos advogados brasileiros que entrem em contato com as autoridades judiciais brasileiras no que diz respeito à sua mais recente investigação de corrupção sobre a votação de 2009 para a atribuição dos Jogos Olímpicos de 2016, para solicitar informações.
A Comissão de Ética do COI está acompanhando esse assunto. Onde provas forem fornecidas, agiremos".
Fonte: globoesporte.com
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